Apresentação

Por Romildo Almeida
Este espaço na web destina-se a divulgar e compartilhar a nossa experiência na gestão da cadeia de suprimentos de materiais MRO, com todos os profissionais e pessoas interessadas nesta área. Esta divulgação se dará através de postagens, mensagens, artigos técnicos e apresentações dinâmicas acopladas ao blog.

Vamos apresentar desde conceitos básicos, até as mais novas tecnologias aplicadas no mundo, inclusive algumas ainda inéditas no Brasil. Pretendemos inclusive quebrar alguns paradigmas sobre a matéria.

Temos acesso aos mais renomados consultores de nível internacional, o que nos credencia a tratar este assunto de forma extremamente embasada e profissional.

É de suma importância, ainda, a participação de todos vocês neste processo, através de comentários, críticas ou sugestões. A troca de experiências é essencial para o crescimento profissional de todos nós.

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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Especificação Inteligente dos Materiais = Compras e Estoques Otimizados

Antes de falarmos em como dimensionar corretamente os estoques de Materiais MRO vale a pena enfatizarmos a extrema importância de uma adequada e correta especificação técnica desses materiais e o seu papel na otimização dos custos de compras e estoques.

Primeiramente devemos enfatizar que existem pelo menos duas especificações para cada material: a especificação curta (ou resumida) e a especificação longa (ou detalhada).

A especificação curta tem dois propósitos fundamentais:

1 - Identificar, através de pesquisas nos sistemas de controle de estoques (ERP ou WMS), se o material requerido já existe na empresa; ou

2 – Compor os relatórios operacionais e gerenciais produzidos por estes sistemas de controle.

Deve ainda ser inteligentemente detalhada e formatada de modo que não haja dúvidas quanto à perfeita identificação dos materiais. Vejam as consequências de uma má especificação:

1 – Dificuldade de localização do material solicitado no sistema informatizado (o usuário perde muito tempo somente para obter o código do produto - SKU ou PN - para, por exemplo, poder requisitá-lo no almoxarifado); e

2 – Redundâncias no cadastro e maior investimento em estoques (o fato de o usuário não localizar o material no sistema pode leva-o a solicitar um novo cadastramento para um mesmo produto gerando uma duplicidade e aquisição desnecessária).

Já a especificação longa serve especialmente para a aquisição do material. Quanto mais rica em detalhes e informações, menores são as chances de falhas ou atrasos nas compras. Vejam também as consequências de uma má especificação longa:

1 – Dificuldade de aquisição do material no mercado fornecedor (fornecedores não conseguem identificar plenamente o material solicitado);

2 – Materiais diferentes cotados como se fosse um mesmo produto (cada fornecedor “interpreta” a sua maneira qual o material solicitado pelo cliente); e

3 – Aquisição de material com qualidade inferior ou superior a requerida (fornecedor entrega o material muitas vezes inadequado aos requerimentos de sua aplicação).

Afora estes dois tipos de especificações, já detalhadas neste artigo, com relação ao conteúdo são 03 (três) padrões que elas podem se enquadrar: (1) Genérico, (2) Referencial ou (3) Específico.

Genérico

Geralmente se enquadram neste padrão os materiais que podem ser adquiridos de quaisquer fornecedores e/ou fabricantes. Todos os atributos do material são especificados, desatrelando-o de qualquer fonte de abastecimento. Esses materiais muitas vezes são chamados de “commodities”: parafusos, arruelas, porcas, válvulas manuais, tubos de condução etc.

É importante salientar que tais produtos geralmente são fabricados sob normas técnicas (construção, material, acabamento etc.) o que garante a qualidade dos mesmos independentemente da fonte de fornecimento (desde que, obviamente, sejam cumpridos todos os requerimentos normativos).

Referencial

São materiais que são produzidos por fabricantes homologados pela empresa, já que não se pode garantir a qualidade para todas as fontes de fornecimento disponíveis no mercado (na verdade existem produtos de primeira, segunda, terceira... linhas que “atendem” à especificação técnica, porém podem comprometer a aplicação: vida útil, sobrecarga de outros componentes etc.). Alguns exemplos: rolamentos, mancais, disjuntores, selos mecânicos etc. Na especificação deve constar a referencia comercial e o nome do fabricante homologado.

Preferencialmente, para cada material que se enquadre neste padrão, dois ou mais fabricantes devem ser homologados. Desta forma os processos de compra tornar-se-ão mais competitivos.

Específico

Aplicado exclusivamente a sobressalentes e neste caso não há como “escapar” dos fabricantes dos equipamentos. São componentes específicos cujo know-how de manufatura é de propriedade destes fabricantes. Geralmente existem cláusulas contratuais de perda de garantia na hipótese de utilização de componentes produzidos por outras fontes. Alguns exemplos: rotores, eixos, anel de desgaste, carcaças etc.

Deve-se ter em mente que este enquadramento representa uma fonte única de abastecimento, o que inibe qualquer processo de compra competitivo. Portanto muita atenção com os falsos materiais específicos: rolamento, anéis de vedação, parafusos, selos, retentores não são produzidos pelos fabricantes dos equipamentos!

Bem pessoal, espero ter contribuído com este artigo. Na nossa próxima postagem vamos falar um pouco sobre o dimensionamento dos estoques através do cálculo de parâmetros (estoque de segurança, mínimo, ponto de reposição, máximo, estoque base). Até lá!